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3 Missões rumo a Marte … porquê?

Ao longo dos últimos anos, em que a ciência avança a uma velocidade brutal,

o investimento na astronomia e na procura incansável de uma nova casa

para o Homem é cada vez mais uma prioridade.

O planeta vermelho capta a atenção de cientistas e astrónomos já há várias centenas de anos.

Há mais de 200 anos atrás, com o desenvolvimento dos telescópios, surgiu uma forte crença de que Marte foi outrora habitado, pois acreditava-se que todo o relevo característico da sua superfície corresponderia a construções artificiais e havia pertencido a uma civilização. No entanto, com o avanço da ciência rapidamente se percebeu que aquelas estruturas eram o resultado da geologia natural do planeta.

Mas como surgiram estas descobertas?

A última década e as suas conquistas foram cruciais para impulsionar a investigação de Marte. Acreditava-se que seria muito pouco provável um planeta permanecer seco e tóxico como o conhecemos hoje, durante todos os biliões de anos da sua existência; aliás até o nosso planeta já foi inabitável ao longo da sua história.

Ao longo do último século, este planeta tem sido intensamente estudado e acredita-se que, de facto, terá sido capaz de hospedar algum tipo de vida, aliás acredita-se que ainda hoje poderá hospedar vida microbiana.

A este ponto é um dado adquirido que é importante explorar e desenhar o passado de Marte, mas porquê 3 missões no mesmo mês?

Devido à velocidade dos movimentos rotacionais em volta do Sol, a distância entre o planeta azul e o planeta vermelho varia constantemente, sendo que há apenas uma altura a cada 26 meses em que a distância entre ambos é a mais favorável para lançar as naves, poupando nas despesas e combustível e a viagem ocorre em apenas meio ano.

Até ao presente ano, apenas a NASA tinha conseguido que as suas naves pousassem de forma bem-sucedida em Marte (Vikings 1 e 2 em 1976).

No entanto, as 3 missões têm ambições e propósitos distintos.

Perseverance, o robô lançado pela NASA estima-se que apenas regressará ao planeta Terra em 2031. Durante estes 10 anos vai recolher amostras dos solos e rochas, que serão posteriormente recolhidos em missões futuras, e procurar fósseis microbianos que terão vivido no passado num planeta Marte quente e húmido.

Tianwen-1, a missão chinesa tem como objetivo procurar pela presença de água. Sabe-se que há 3 biliões de anos (altura em que surge o planeta Terra) Marte perdeu o seu campo magnético e, como consequência, os fortes ventos solares destruíram grande parte da atmosfera do planeta, o que levou à evaporação da maior parte da água líquida. Apesar disto, é possível que no subsolo, protegidos pela radiação, existam grandes volumes de água e esta missão propõe-se a provar isto mesmo.

Hope, a missão dos Emirados Árabes Unidos propõe-se a construir um esboço de como o clima do planeta vermelho varia ao longo do tempo, o que permitirá inferir algumas características do seu passado. Também será extremamente importante para perceber em que sentido está a mudar o clima do nosso Planeta e quais as consequências dessas mudanças.

Quando falamos da exploração do espaço e da busca de uma nova casa, deixa de existir uma divisão entre nacionalidades e patriotismos, porque no fim a vitória é de toda a humanidade.

Inês Fernandes

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