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CASA.

E, como se tempo nenhum tivesse passado, já estamos novamente nesta semana. Desde o primeiro momento em que pisei o chão desta faculdade, alguma voz já vinha a alertar sobre a durabilidade desta história que estamos a viver. Tantas vezes ouvi a mesma frase e nunca acreditei nela. Ninguém realmente crê genuinamente que cinco anos podem passar sem darmos conta. E, agora, vejo-me na primeira pessoa prestes a testemunhar (pela terceira vez) esta semana – incrédula, sem qualquer explicação que se alinhe a um sentido. Hoje, percebo que aquela afirmação não é, de todo, hiperbolizada – aliás, quem dera que fosse.


Não há razão humana que possa explicar o que se sente dentro destas “quatro paredes” da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. Tantos de nós que vimos aqui parar sem paraquedas e há sempre algo reconfortante que nos ampara no momento da queda. Ninguém que veja o complexo por fora alguma vez poderá imaginar que quando se fala em roxo algo intrínseco a nós se expande, quase que um patriotismo ffupiano que é incompreensível aos olhares exteriores e que perdura mesmo que o nosso caminho, eventualmente, nos leve para outros lugares. Ninguém conseguiria adivinhar que nesta casa conseguimos olhar para as caras de mais de duas centenas de pessoas, reconhecer-lhes o primeiro nome e ainda lhes dirigir naturalmente a palavra – pura e simplesmente porque nos chega saber que apesar das diferenças, o que nos move é o mesmo!


Voltamos à melhor semana. É oficial. Voltamos à semana onde existe sempre voz para gritar mais um bocadinho. Voltamos à semana em que até os corações mais frios não conseguem ficar indiferentes à nostalgia que se sente. Voltamos à semana das melhores memórias, das palavras improváveis, do roxo que se estende acima de qualquer outra cor e das conversas mais aleatórias. Voltamos à semana das fotografias que ficarão penduradas algures, fazendo sorrir qualquer um que as veja. Voltamos à semana das saudades e aquela que não nos deixa continuar na ilusão de que podemos parar o tempo.


Chamamos-lhe casa porque o é. Só faz sentido porque não perdemos tempo a justificar um sentimento que só quem aqui está pode compreender. Vivemos isto de forma grandiosa porque colocamos os nossos em primeiro lugar. E, a partir daí, nada do que poderá vir de fora será mais importante do que o que se vive cá dentro. Esta casa é um capítulo da nossa história pintada de roxo. E se vivemos esta semana com as emoções a fervilhar, se olhamos em nossa volta e nos vemos rodeados de pessoas que vamos levar sempre connosco e de quem nos custa despedir – é sinal de que a estamos a escrever bem e que valeu a pena!

Casa: Sobre
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Ana Brites
Membro do Núcleo de Comunicação

Casa: Depoimentos
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