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Podia ser melhor?

Podia, mas não era mesma coisa

 

Bem-vindos, caros leitores, ao que eu espero ser o momento alto desta vossa nova semana. Com este frenesim de trabalhos e avaliações pouco tempo nos resta para respirar e aproveitar o sol que mais parece uma tentação para quem não pode sair de casa. As resmas de folhas espalhadas pela secretária, os milhares de separadores abertos no computador e os materiais de estudo já rabiscados e amarrotados sempre foram um indício trágico da época que se avizinha. 

Contudo, nem tudo tem estado mau, o tempo está ótimo. O que não tem estado tão bem é a vontade de estudar (não que antes estivesse melhor, mas isso são histórias para outro dia). As horas que passo ao computador mais do que insatisfatórias passaram a ser uma condição necessária para conseguir acabar a infindável lista de tarefas que tantos tormentos me têm proporcionado. Quando acabo um trabalho e o submeto quase choro de alegria até ver que a minha lista voltou a crescer (para que conste um trabalho acabado implicam dois novos). Quem poderia pensar que um dia existiria algo ainda pior que as épocas de exame anteriormente vívidas na nossa prezada faculdade? Tempos difíceis exigem medidas extremas assim diz o povo, no entanto, se formos a pensar bem, os sentimentos vividos são os mesmos. As crises existenciais, as paranoias e os trabalhos entregues no limite do prazo continuam a fazer parte da nossa vida académica, ou seja, obrigada quarentena por nos proporcionares em dose múltipla os sentimentos de uma época tão emotiva da nossa juventude (espero que tenham sentido a ironia…).

Depois de todo esse desabafo fico no aguardo das tão esperadas “férias” às quais espero chegar com sanidade suficiente para pelo menos me deitar no sofá e não fazer absolutamente nada até o calor de verão fazer derreter o que restou do meu pobre ser desgastado pelo árduo trabalho de um semestre atribulado e corrompido pelo poder digital. Pelos vistos há males que vêm por bem e a exaustão provocada pelo estudo contínuo fizeram o meu cérebro latente adquirir uma veia poética.

E assim me despeço de vós esforçados leitores que entre trabalhos e matéria tiraram um tempinho para me acompanharem ao longo destas minhas divagações sobre tudo e ao mesmo tempo sobre nada. O que posso fazer? Sei que também se identificam nesta minha azáfama. 

Ana Furtado

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