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Desencantos da Quarentena

 

Sejam todos bem-vindos a mais uma edição do tão aclamado Matraz Entornado.

Nesta 7º semana do exílio, comummente conhecido por quarentena, venho tentar trazer um pouco de luz para aqueles que se perderam por entre a avalanche de trabalhos, PowerPoints e vídeo aulas (espero chegar lá antes de eu própria ser arrastada pelos PowerPoints de Orgânica II).

Antes de mais nada, gostava de desejar-vos uma ótima Páscoa! Sim, eu tenho plena consciência de que já passaram 2 semanas, só queria arranjar uma desculpa para perguntar se alguém realmente conseguiu atingir o glorioso feito de pôr a matéria toda em dia.

Aquela meia semana, em que supostamente não teria de verificar constantemente o Moodle à procura dos novos PowerPoints ou o webmail para apontar mais um horário de uma vídeo aula, deixou-me esperançosa até eu me lembrar do efeito que a palavra “férias” exerce sobre qualquer estudante desde o primário. Cada PowerPoint tornou-se ainda mais longo e cada ficha demorou o dobro do tempo para fazer. O facto de os meus irmãos estarem “realmente” em férias durante 2 semanas não ajudou em nada.

Não me posso queixar, ao menos ainda tivemos férias (nem quero imaginar se não tivéssemos tido…). Mas nem tudo foi mau.

Depois de acabadas as férias, os meus irmãos começaram a sofrer juntamente comigo, com as aulas online e as aulas na RTP memória (claro que, como ótima irmã que sou, estou feliz por não padecer sozinha).

Por falar no #estudoemcasa, os meus estimados leitores já assistiram a alguma aula? Têm alguma aula que fazem o favor de tirar um tempo para assistir? Eu tentei ver uma aula de alemão para aprender algo novo nesta quarentena e qual não foi o meu espanto quando fui assistir e… não percebi nada. Acho que a minha praia não são as línguas.

Voltando novamente ao tema “vida de um ffupiano durante a quarentena”, sabem em quem tenho pensado ultimamente? Nas nossas arqui-inimigas gaivotas. Desde o início de março que entramos neste período de isolamento social, logo ninguém tem sido vítima dos ataques furtivos destes predadores, pelo que eu me pergunto, o que vamos encontrar quando, enfim, voltarmos à nossa ilustre faculdade? Talvez um cenário pós-apocalíptico? Provavelmente não. Elas vão sobreviver e continuar a roubar-nos as nossas baguetes. Como tal, mais vale aceitar os factos, vaso ruim não quebra. Quando cheguei à faculdade, das primeiras coisas que nos avisaram foi para ter cuidado com as gaivotas. Eu achei estranho porque de onde venho elas não fazem mal a ninguém, andam na sua vidinha e eu na minha. Todavia, tudo mudou quando eu assisti aquilo… uma gaivota a roubar um empadão de um tabuleiro em movimento! A pessoa nem teve tempo de reagir! Aí eu percebi o porquê de elas serem nossas inimigas naturais.

Tanto mais teria para vos transmitir meus caros leitores, mas os trabalhos inacabados impedem-me, por isso, espero ter-vos conseguido tirar um pouco do tédio ou, pelo menos, ter servido como desculpa para não estarem a ler aquele Powerpoint que está no moodle há bastante tempo e no qual ainda não tiveram coragem de pegar. 

Ana Furtado

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