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Queixume Semanal

Ed.1

Antes de mais, quero pedir desculpa ao ávido leitor pelo tempo que ficaste à espera. Realmente não tenho uma boa desculpa para te ter deixado assim na mão. Mas nada temas, estou de volta! Se és novo por aqui, muito bem vindo, isto é o Queixume Semanal, a rubrica onde eu me queixo sem ter realmente grande direito ou razão, na esperança de te fazer soltar um “Same!”enquanto te ris um bocado. Contigo estou eu, André Machado, responsável por te trazer esta edição do Queixume (e todas as outras). 

Já lá vai algum tempo desde a última publicação, espero não estar enferrujado. Mas acredito que a arte de queixar está dentro de mim, e a resmunguice corre-me nas veias portanto, não há de ser nada.

O tema de hoje é o distanciamento e na minha opinião, isto já está a durar demasiado tempo. Era tudo muito bonito no início, quando que eu pensava que ia tirar uns dias de férias, dormir na minha cama em vez de ser nos auditórios de farmacologia ou TEC, olhar para o meu gato sem ter de me preocupar que tipo de fungo produz que tipo de esporos, e ficar no telemóvel sem ter de escrever a palavra passe do sigarra. No entanto, não é o que se verifica, porque como é de conhecimento geral, os professores foram instruídos para dar início ao ensino à distância. O que os professores não foram instruídos, no entanto, foi com bom senso! Amigos, eu acabei de ver três apresentações, uma aula e dois vídeos de seguida e vocês espetam-me mais três PowerPoints à frente? É bater em quem já está no chão. E nem me falem das gravações. Eu não quero ferir suscetibilidades, mas se tiveres insónias eu tenho aqui uma apresentação sobre fatores que influenciam a administração por via oral que é uma maravilha. Ficas K.O. em três tempos. Parado no bailão? Sem dúvida, parado e a escorrer um fio de baba.

Para acrescentar sal à ferida, tudo isto afeta a minha boa disposição, o que é ótimo para a rubrica, mas péssimo para quem mora comigo. Tudo me irrita. Aquela mosca a voar em cima da mesa da sala? Quer morrer, estou a sentir. E eu estou disposto a comprometer a integridade daquela mesa em prol do sossego que necessito para conseguir perceber a diferença entre um açúcar alfa e um beta (Gnosia está forte como sempre esteve, certo? Haha.. haha.. ha…). Depois o meu pai pergunta se quero arroz de feijão branco ou feijão manteiga e eu fico do estilo: Mano! É freaking feijão! Sei lá eu!! Estou a tentar meter na cabeça que tipo de excipiente é o monolaurato de sorbitano, e não que tipo de feijão vai bem com bife de frango. Ao menos não tenho o meu irmão em casa, as perguntas inoportunas são perfeitamente dispensáveis, não quero saber se ele já tem vinte e cinco anos, mais uma razão. E Deus ajude a minha mãe, se eu a ouvir mais alguma vez a pedir para eu estender a roupa durante a aula, eu juro que me salta o eppendorf.

André Machado

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