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Elétrico do Porto

Quantas vezes, desde o início do meu percurso no Ensino Superior, terei prometido, por entre conversas com amigos, aproveitar mais a cidade que, no final de contas, é a minha segunda casa? Quantas dessas promessas terão sido feitas em tardes longas com amigos na Cordoaria ou entre pensamentos apressados de dias (agora ansiados) em que o caminho S. Bento - FFUP era regra? Grande parte das vezes desejei subir ao elétrico por preguiça de caminhar mais um pedaço, a verdade também é essa. Mas não descarrilemos tão cedo, a viagem mal começou.

 

Ainda que o mais recente normal fosse para nós ver carruagens do Elétrico carregadas de não conterrâneos, ao som pesado e cansado do ferro, nem sempre terá sido assim. A primeira linha deste transporte público terá iniciado o seu serviço em 1870, ligando as zonas do Infante e do Carmo à Foz, com direito ao Rio Douro como paisagem. Aliado a marcos históricos como a locomotiva a vapor e o desenvolvimento dos sistemas elétricos, passa este veículo a visitar novos locais como a Praça Carlos Alberto, a Boavista, Campanhã e o Bolhão. Em 1915, existiam já 19 linhas de circulação, ainda que vários incidentes como incêndios e falhas de travões demonstrassem a falta de prática dos seus profissionais. 

 

Mais tarde a Companhia Carris de Ferro do Porto é nacionalizada pela Câmara Municipal do Porto, que forma o Serviço de Transportes Coletivos do Porto (STCP) para gerir o sistema de carros elétricos. Atinge-se o pico do Elétrico do Porto em toda a sua glória - 150 quilómetros de via divididos em 38 linhas. - a partir daqui começa o seu declínio, com o encerramento da estação de geração de eletricidade de Massarelos. É precisamente neste local, graças à criação do Museu do Carro Elétrico, que se julga o início de uma nova etapa, mas os elevados custos de manutenção e consumo de energia não permitiram a sua forte recuperação. Por entre linhas encerradas, planos sem fim e por entre eternos entusiastas, foi ficando. No entanto, há obras que são de mencionar, como a substituição do local de reunião dos veículos na Boavista, pela construção da Casa da Música. Em 2005, reabrem algumas linhas, as quais vos trago hoje.

Hoje em dia, a viagem de elétrico é tão simples quanto a de autocarro, sendo então necessário adquirir um bilhete com o custo de 3€ por viagem, independentemente da paragem. Boa notícia, as assinaturas mensais da STCP e Andante Gold são aceites - ufa.

 

Mais detalhes sobre cada linha?

 

  • Linha 1: Passeio Alegre-Infante: Percurso da marginal do Rio Douro, entre o Infante, perto da Ribeira e o Passeio Alegre, na Foz do Douro. Esta linha foi a grande sobrevivente do sistema de elétricos do Porto, tendo sido por muitos anos a única maneira de andar de elétrico na cidade. 

  • Linha 18: Massarelos-Carmo: Faz a ligação desde Massarelos, perto do Museu do Carro Elétrico, até ao Carmo, perto da Praça dos Leões e da Reitoria da Universidade do Porto. A frequência de serviço é de meia-hora e liga à Linha 22 no Carmo.

  • Linha 22: Circular Carmo-Batalha: Leva-o do Carmo à Batalha, com ligação à estação do Funicular dos Guindais, explorado pela Metro do Porto. Também perto da paragem Aliados, pode-se aceder à estação de Metro Aliados.

Em setembro de 2007, 30 anos depois, o elétrico voltou à Baixa do Porto com a Linha 22, passando nas principais artérias da baixa da cidade: Rua dos Clérigos, Praça da Liberdade, Rua 31 de Janeiro, Praça da Batalha, Rua de Santa Catarina, Avenida dos Aliados e Rua de Ceuta. Esta linha liga o Carmo à Batalha a cada 30 minutos.

No Carmo, o 22 cruza com a Linha 18, que por sua vez, liga à Linha 1E em Massarelos, facilitando assim a utilização de todas as linhas de elétricos.

  • Linha T: Porto Tram City Tour: circuito turístico desde o Infante à Batalha, foi descontinuado pela STCP, com a necessidade de acentuar o carácter predominantemente turístico deste produto, promover uma maior integração com o Museu do Carro Elétrico e diminuir os custos de operação com a rede de elétricos. O serviço turístico e o serviço regular foram fundidos, passando o Porto Tram City Tours a ser efetuado pelas linhas 1, 18 e 22 do anterior serviço regular. Esta reformulação foi acompanhada por um aumento do preço do bilhete ocasional e da sua validade (agora de apenas um viagem) e pela criação de pacotes integrados com o Museu do Carro Eléctrico

 

 

Texto por: Mafalda Costa

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