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Pelos Caminhos do Romântico

Assim que eu começar a escrever, os leitores começarão a lembrar-se que já viram à entrada do Palácio de Cristal, um mapa, que confessamos que é de difícil interpretação para quem tenta encontrar os Caminhos do Romântico. Estes revelam um conjunto de 5 percursos que prometem ser o espelho da realidade portuense oitocentista.

O primeiro percurso, Porto do Romantismo, inicia-se exatamente nos jardins do Palácio de Cristal. Tão perto de nós, e posso apostar que alguns nunca ouviram falar. Depois, o passeio continua pela Rua de Entre-quintas e a Rua da Macieirinha, onde podemos encontrar a Casa Tait e o Museu Romântico do Porto.

A Casa Tait, fora comprada em 1900, por um negociante de vinho do Porto, William Tait, que, aquando a sua venda à CMP, exigiu que fosse transformada num espaço verde público. E assim foi. Atualmente o edifício possui uma sala, onde se desenvolve algumas exposições, e os seus jardins, com vista privilegiada para o rio Douro, que são de livre acesso.

O Museu Romântico de Porto, que se situa na Quinta da Macieirinha, fora a casa do Rei Carlos Alberto de Sardenha desde os últimos dias de exílio até ao seu falecimento. O interior da casa dispõe de mobiliário original e também algumas réplicas, e é possível ver claramente a recriação dos ambientes da altura. Aqui destaca-se a beleza dos jardins da quinta. 

Seguindo pela rua da Macieirinha, encontra-se o segundo percurso, o Aproveitamento da Água. Nestas ruas descobrem-se fontes, nomeadamente a fonte de Vilar, chafarizes que muniam a nobreza, a burguesia e campos agrícolas. 

Entre a travessa da Macieirinha e o Cais do Bicalho, encontramos o Porto dividido em duas facetas, o espaço rural que, a partir do século XIX, se tornou praticamente num espaço em que as serrações, moagens e fundições tomaram lugar. Este é o chamado percurso da Arqueologia Rural e Industrial

O quarto percurso, a Fábrica de Massarelos e o Prestígio da Burguesia, que percorre pela Rua Entre Quintas até à Rua da Restauração, pode-se observar desde os vestígios da exploração marítima até aos vestígios das ruínas da fábrica de Louça de Massarelos. Se o leitor continuar pela beira-rio, na Rua da Restauração, pode ainda encontrar uma antiga ruína do edifício original da fábrica, que fora consumido por um incêndio em 1920.

Chegando à Faculdade de Arquitetura, que se encontra instalada numa quinta burguesa, partimos para o último percurso destes Caminhos do Romântico, “Do Gólgota a Massarelos”. Este percurso recria a beleza das casas burguesas e bairros de operários, envolvidos pelas águas do Rio Douro, ao fundo.

De facto, desde o porto romântico e burguês ao rural e industrial, estes caminhos contam-nos um Porto cheio de contrastes. 

De mochila às costas, embarca nesta aventura e descobre um Porto de outrora. Sugestão ótima para quando o confinamento acabar, cumprindo todas as regras de segurança.

 

Casa Tait: 

-Terça a sexta: 10h às 17h30

-Sábado e domingo: 10h às 13h

 

Museu romântico do Porto da Quinta da Macieirinha:

-Seg-sab 10:00-17:30

-Dom 10:00-12:30 

Encerrado: Feriados

 

Preço:

2,20€ (50% Cartão Jovem)

Entrada gratuita aos fim-de-semana

(Horário de funcionamento pode estar alterado devido à COVID-19)

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Texto por - Ana Sofia Araújo

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