LISBETH SALANDER
Aquela frase podia, sem dúvida, defini-la, se não fosse o ser humano ainda
mais complexo nas suas emoções.São todas as vivências retratadas na obra de Stieg Larsson que justificam muitas das suas ações. Falamos de uma jovem que foi estigmatizada durante grande parte da sua vida por ser diferente e por não se conformar com as injustiças com as quais se deparava. Uma jovem que se encontrou enquanto hacker e que encontrou forma de fazer mais do que qualquer um esperava, somente pela sua aparência e afastamento social.
Uma mulher que enfrentou uma infância e adolescência dolorosas, que ainda na vida adulta experimenta horrores às mãos de homens que a subjugam, se julgam superiores e no direito de ferir.
Como vi o filme antes de ler o livro, lembro-me do choque que foi uma das
cenas do filme de 2011 (“Os homens que odeiam as mulheres”), pela situação em si e pelo teor gráfico: Lisbeth estava ao cuidado de um novo tutor (Nils Bjurman) que não lhe cedia o dinheiro que lhe pertencia por direito. Então, Lisbeth deslocou-se ao local onde ele trabalhava. Lá, inicia-se quase um monólogo por parte do tutor, no qual ele a inferioriza e ameaça, obrigando-a a fazer sexo oral.

Noutra cena em que, após o que aconteceu no escritório, ela vai a casa de Bjurman, de modo a receber o seu dinheiro, ela é estuprada por este.
Quando li o livro foi ainda mais desconfortável e despertou em mim raiva,embora aquilo fosse apenas uma história ficcional, também era a realidade de muitas pessoas em contornos gerais. Mesmo assim, Lisbeth não “baixa os braços” e continua a sua luta, vingando-se
e, ao mesmo tempo, garantido que, o sucedido, não se repetirá com mais
ninguém. Mais tarde, conhece Mikael Blomqvist, dono da revista Millennium (agora já faz sentido o nome da saga, certo?), acusado de difamação e que conhece de perto a corrupção que se vive na Suécia. Ambos com personalidades distintas e habilidades diferentes, mas ambos unidos para encerrar um caso de desaparecimento da neta de um magnata sueco (Spoiler: Tem plot twist).
Numa escrita fluída, mas tematicamente pesada, intrigante e clarificante, toca de uma forma brilhante em temas que afetam os dias de hoje como: a marginalização, a violência no feminino, a corrupção, os extremismos que invadem, se escondem e crescem.
Embora os cinco livros não sejam escritos por Larsson (apenas os 3 primeiros),Lagercrantz fez um ótimo trabalho.
Já as adaptações deixam um pouco a desejar.
O filme de 2011, com Daniel Craig e Rooney Mara, não se compara à versão sueca, foge um pouco à identidade do livro, embora não se possa negar a atuação incrível de alguns atores e as particularidades seja da banda sonora nos momentos certos ou da imagem irrepreensível.
Agora, a opinião de cada um pode variar.
Amei o filme quando o vi; quando li o livro, reparei em muitas falhas; E, quando vi a versão sueca, senti uma melhor adaptação.
Embora escusadas comparações, neste caso sou obrigada a seguir o clichê imposto: o livro é melhor que o filme.

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EXTRAS:

Obra completa

Por Stieg Larsson:
1- “Os Homens que Odeiam as Mulheres” / “Mani som hatar kvinnor”
2- “A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo” /
“Flickan som lekte med elden”
3- “A Rainha no Palácio das Correntes de Ar” / “Luftslottet som sprängdes”

Por David Lagercrantz:
4- “A Rapariga Apanhada na Teia de Aranha” / “Det som inte dödar oss”
5- “O Homem que perseguia a sua sombra” / “Mannen som sökte sin
skugga”

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Cinematografia:

Versão sueca até ao Millennium 3
Outras versões: Millennium 1 e Millennium 4
Série Sueca: Millennium

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Para saber mais:
https://www.publico.pt/2015/08/27/culturaipsilon/noticia/-vivemos-numa-epoca-em-que-precisamos-de-lisbeth-salander-mais-do-que-nunca-1706178

https://lucasfilmes.wordpress.com/2012/08/01/tatooando-uma-cena-alem-da-garota-do-dragao-tatuado/

https://rollingstone.uol.com.br/edicao/53/o-misterio-da-tatuagem-de-dragao/

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