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PÁSCOA, COELHOS E O DONNIE

Categoria: Cinema
Filme: Donnie Darko
Pais: EUA
Ano: 2001
Duração: 113 min
Género: Drama; Ficção científica
Realizador: Richard Kelly
Elenco: Jake Gyllenhaal; Jena Malone; Drew Barrymore; Patrick Swayze; James Duval

Posso começar por dizer que considero um daqueles filmes obrigatórios para qualquer cinéfilo, pois nada fica claro, as dúvidas permanecem e ficamos, claramente, a pensar nele após temo-lo assistido, durante algum tempo.

Donnie Darko desenrola-se nos subúrbios norte americanos nos finais dos anos 80, durante o fim da era Reagan. Embora não se tenha tornado popular, ganhou e foi nomeado para diversos prémios, tendo alcançado o estatuto de filme ‘cult’ (verdade seja dita, ‘cult’ é bastante relativo).

Nele encontramos Donald Darko, um garoto problemático, que acaba por ter um encontro, não muito agradável aos meus olhos, com um coelho gigante… sim, um coelho… chamado Frank.

Este salva a sua vida e comunica-lhe que o mundo vai acabar dentro de 28 dias, 6 horas, 42 minutos e 12 segundos.

Como assim?

Deveras, esta história poderá comparar-se a um Dalí, mas de certo modo, conseguimos encontrar uma lógica e um significado mais profundo.

O desenrolar da história é uma conjugação de eventos em cascata, sempre com a presença de Frank, como agente premonitório, que avisa o que Donnie deve fazer para evitar o dito apocalipse.

Para os não aficionados da ficção científica, como eu, devo dizer que este filme não é levado ao extremo, tem mensagens bastante subliminares e sem dúvida que vale a pena ver porque é mais do que aparenta à primeira vista.

Um ambiente que se adivinha cada vez mais taciturno, o olhar sempre exausto do protagonista e as mudanças de expressão, podem ser pistas para o verdadeiro significado do filme e do que realmente acontece nele.

Realidade ou não?

Ou ultrapassará qualquer uma destas questões?

Sem dúvida, uma crítica à sociedade que pretende moldar indivíduos como peças; instituições que não prezam a individualidade de cada um, restringindo algo como bom ou mau; a redução do espetro das emoções a dois extremos; o ser como alvo de manipulação, com vista ao conformismo perante um destino previamente estipulado, ao qual ninguém pode fugir (a não existência de livre arbítrio) e, claro, o amor, que é o grande motor de tudo.

Questões que movem este filme a um ritmo cavalgante e, as quais nos levam a esperar por nada mais que o colapso, que sabemos ser inevitável, pelo menos para o Donnie.

Especial atenção para a banda sonora, acompanhando todos os momentos do filme, de forma certeira:

“The Killing Moon”- Echo & The Bunnymen

“Head Over Heels” - Tears for Fears

“Love will tear us apart”- Joy Division

“Mad World”- Gary Jules and Michael Andrews​

Entre outras...

Recomendação: Vê o director’s cut de 2004 se quiseres perceber melhor o filme e não ficar tão confuso. Se quiseres ter uma experiência mais autêntica, em que tudo não seja tão óbvio, vê o original.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ZZyBaFYFySk

Para quem quiser entender melhor: https://www.youtube.com/watch?v=DJvscCDJbUM  (Como sempre brasileiros a fazer o trabalho de casa)

Filme do mesmo género: Efeito Borboleta (2004) e as seguintes sequelas deste


É confuso, cheio de teorias, não é para todos! Mesmo assim, embora não seja o melhor filme de todos os tempos, nem o mais bem conseguido, apresenta-nos algo diferente dentro do universo teen.


Nota: 7/10


EXTRA «MIND BLOWING»

O Sexto Sentido (1999); Memento (2000); A Cidade dos Sonhos (2001); Identidade (2003); Shutter Island (2010)


Animes:

Perfect Blue (1997); Paprika (2006)

Páscoa, Coelhos e Donnie: Sobre
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Mariana Alves

Páscoa, Coelhos e Donnie: Depoimentos
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