"POR FIM, FINALISTA..."

Sonhei. Sonhei mais do que aquilo que era permitido. Lutei. Lutei até me
faltarem as forças e, às vezes, nem assim era suficiente. Chorei. Chorei mais
do que devia, mas não me arrependo. Perdi o rumo e ao mesmo tempo
encontrei o caminho certo. Apaixonei-me. Apaixonei-me por ser estudante e
pela efemeridade do tempo destes anos.
      Sinto um misto de emoções. Um aperto no peito que me diz que está
na hora de voar bem mais alto, mas que ainda sou pequena demais para
ganhar a coragem de voar. Uma coisa é certa, comecei este sonho com
pessoas e acabo-o com amigos, amigos esses que vou levar para a vida inteira
e que vão estar sempre comigo, seja de que maneira for. Fui muitas vezes forte
por ter tão de perto estas pessoas, as pessoas que sentiam na pele o que
sentia e que com uma simples palavra faziam o meu dia.
      É inevitável não ter a palavra saudade comigo. Acho que, ultimamente,
metade de mim se resume a isso. Ter saudade, mas ainda assim estar cá e
saber que vou permanecer sempre aqui porque este será sempre o meu lugar,
o lugar onde criei raízes. O lugar que me viu crescer enquanto pessoa, que me
deu momentos de aflição, que foi a minha casa, que me deu as maiores lições
de vida, que me ensinou que para sermos mais às vezes temos que ser
menos, que me tornou mais confiante, que me deu momentos que nunca mais
vou ter e que, mesmo às vezes querendo-o ver pelas costas, me deu as
maiores alegrias.
      Ser finalista. Ser finalista é muito mais complexo do que estava à
espera. Ninguém me ensinou durante estes anos em como não chorar quando
vir as minhas primeiras fitas escritas, ouvir o primeiro acorde daquela guitarra
na minha última serenata, descer pela última vez os Clérigos, ver-me de cartola
e bengala, olhar para os Aliados e sentir que vou deixar o lugar que foi meu
nestes cinco anos que passaram. Ninguém me ensinou e ainda bem que não!

Porque finalista é mesmo isto, o saber viver um momento e ainda assim,
eternizá-lo.
      Vou, mas vou com a certeza de que deixei a minha marca. Que, esteja
eu onde estiver, parte do meu ser se deve a este tempo que não volta, mas
que fica na minha história.

Por uma finalista.