top of page
PontoDeExpressão_4.png
TÃO PERTO MAS TÃO LONGE

Sempre senti que a minha vida era fácil demais… mas, de um dia para o outro a facilidade e simplicidade de uma vida normal desapareceu. No meu íntimo senti uma lufada de ar fresco, seria uma pausa no reboliço da vida citadina, um tempo para refletir sobre o que realmente é importante na vida e sobre a fragilidade e insignificância da vida humana. Acreditei que pudesse tornar esta situação em algo positivo e que acabasse por me trazer felicidade, consegui-o. Mas, apesar de tudo, a saudade é uma constante. 

Os momentos despreocupados da vida são apenas uma memória do passado que está tão perto, mas tão longe da normalidade presente. Em momento algum imaginei uma vida sem a simplicidade de tomar um café numa esplanada, de deambular pelas ruas sem destino e principalmente sem a possibilidade de abraçar os mais próximos. Pequenas coisas que me fizeram feliz tornaram-se meras recordações da longa viagem que percorri durante 18 anos, viagem essa a que chamo vida. 

Durante meses lamuriei-me em relação à minha vida no Porto e agora sinto falta daquela que se tornou a minha segunda casa. Sinto falta do longo caminho até à faculdade, caminho esse que tanto me queixei de o fazer todos os dias; estranho a ausência da presença diária dos meus amigos e dos passeios com eles que tanta paz me trouxeram e além de tudo isto, sinto saudade da vivacidade da Invicta. 

Gostava de ter vivido mais intensamente cada momento, mas a vida é assim mesmo. Apenas nos apercebemos do quão bem estávamos quando perdemos tudo. São os pequenos pormenores que tornam a nossa vida diferente e acredito que nos devemos agarrar a eles, sejam bons ou maus, pois no final de contas são eles que marcam as boas lembranças da nossa existência. 

​

Texto por: Joana Oliveira

bottom of page